Diz-se que Heráclito assim teria respondido aos estrangeiros vindos na intenção de observá-lo. Ao chegarem, viram-no aquecendo-se junto ao fogo. Ali permaneceram, de pé, (impressionados sobretudo porque) ele os encorajou a entrar, pronunciando as seguintes palavras: 'Mesmo aqui, os deuses também estão presentes'. (Aristóteles. De part. anim. , A5 645a 17ff).

sexta-feira, novembro 27, 2009

Notícias de minha visita à ASSEPE

 

Como havia anunciado anteriormente, estive presente no dia 24/11/09, a convite de Néventon Vargas, a uma reunião da ASSEPE (Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa) para falar acerca de minha pesquisa sobre a obra de Allan Kardec (1804-1869). De fato, já havia estado presente a outra reunião, no sábado (21/11/09), também a convite de Néventon, para um primeiro contato e aproveitando o fato de eu e João já estarmos em João Pessoa naquele final de semana.

Bem, vamos às impressões: o grupo é pequeno – em comparação às casas espíritas que tenho visitado ao longo da pesquisa – mas coeso. O que não significa que haja unanimidade em todas as questões. E, penso, este é o grande diferencial. Seus membros são vistos como indivíduos, e as idéias são debatidas amplamente, sem restrições. Criaram ali um espaço democrático em torno do estudo e da pesquisa espíritas como até então eu não havia conhecido.

Fui muito bem acolhido por todos, sem excessão. E logo criou-se um clima de amizade e cordialidade. Minha condição de não-espírita-leitor-de-Allan-Kardec foi amplamente valorizada. E, acredito que a veemência com que defendo minha interpretação da obra deste que é o criador do espiritismo, fez surgir a piada de que sou um “espírita enrustido” ou “desavisado”.

Nossa discussão, na noite de quarta, girou em torno do processo de formação identitária do espiritismo – fenômenos, doutrina e movimento – a partir da análise das interações deste com três instâncias de legitimação social: a ciência, a filosofia e a religião. Tudo isso, claro, no âmbito da obra kardeciana.

Foi um encontro muito enriquecedor. Fiquei imensamente satisfeito com as questões e controvérsias que foram levantadas. E, tomando como referência as manifestações dos membros desta Associação, a recíproca foi verdadeira.

Além da experiência de poder oferecer uma amostra de resultados parciais de minha pesquisa a um grupo de espíritas, de ver meus postulados questionados com tanta propriedade por pessoas que além disto, são também pesquisadores e intelectuais que defendem, dentre outras coisas o livre pensamento e o caráter laico do espiritismo; há ainda a experiência humana de adquirir num curto espaço de tempo, novos amigos e amigas.

Enfim, é isso aí: a vida é feita de encontros (e reencontros).

Grande abraço a todos e todas!

 

P.S.: A quem se interessar, o site da ASSEPE é:

http://www.assepe.org.br/

segunda-feira, novembro 16, 2009

Ditadura Gay

 

Um texto de Antônio Prata*

“Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?” Desde que a enquete apareceu no site do senado, faz umas semanas, evangélicos de todo o país iniciaram uma cruzada via internet, pelo direito de ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo.

Uma senhora chamada Rosemeire, por exemplo, expondo num blog seu temor de que a lei seja aprovada, disse que vivíamos “O início da Ditadura Gay no mundo!”. Pelo que entendi, Rosemeire acredita que está em curso uma batalha global, travada entre héteros e homossexuais, pela hegemonia na Terra. Hoje, os héteros estão vencendo, mas é só porque têm amparo legal para chamar os gays de viadinhos, as lésbicas de sapatonas e rir das piadas do Juca Chaves. No momento em que passarem a punir quem ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo, elas perceberão que chegou a hora, sairão todas correndo da The Week e tomarão o poder.

Imagine só, Rosemeire? Criancinhas terão de cantar Village People, na escola, enquanto assistem ao hasteamento da bandeira do arco-íris. Aos domingos, em vez de futebol, as TVs transmitirão Holiday on Ice e, com dezoito anos, os jovens serão obrigados a alistar-se no exército, fazer flexões de braço, dormir e tomar banho, uns na frente dos outros. Que horror!

Se você acha que Rosemeire exagerou, é porque não leu o blog de Rozângela Justino, cristã, psicóloga e indignada: “Se este Projeto (...) for aprovado, estaremos institucionalizando em nosso país o sistema de castas e todos aqueles que não forem homossexuais serão considerados cidadãos de segunda classe.”

Uau, Rozângela! O mundo, então, seria governado pela casta das Drag Queens? Um advogado gay, de terno e cabelo curto, seria de uma casta intermediária? E lutadores do Ultimate Fighting, viveriam de esmolas? Bem, talvez não...

Quanta imaginação têm as duas mulheres. Se seus piores pesadelos fossem filmados, seria preciso unir o talento de um Fellini com o de um Clóvis Bornay; juntar, no mesmo caldeirão, George Orwell e Andy Warhol; vislumbrar as ruas de Nova Déli sendo percorridas pela banda de Ipanema.

Se bem que... Sei lá. Pensando melhor, talvez o temor de Rosemeire e da Dra. Justino tenha algum fundamento. Veja o caso dos negros: há poucas décadas, todo mundo contava piada racista e eles eram cidadãos de segunda classe. Veio esse papo de igualdade, o que aconteceu? Um mulato chegou a presidente dos Estados Unidos!

A batalha racial já está perdida, mas a sexual ainda pode ser ganha! Basta ir ao http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0, clicar em NÃO e mostrar a todos que ainda tem gente disposta a lutar por um mundo injusto, desigual e preconceituoso!

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* Fonte: ( http://blog.estadao.com.br/blog/antonioprata/?blog=83&c=1&page=1&more=1&title=ditadura_gay&tb=1&pb=1&disp=single )

Sinal de vida e algumas notícias

 

É, eu sei, tenho andado um pouco relapso com as Mansões… Tenho alguns posts na “agulha” para publicar, mas quero amadurecê-los melhor. E o tempo tem ficado escasso. Só para explicar – sem, contudo, justificar – a vida anda apertada. Por estes dias andei reescrevendo um trabalho, tentando transformá-lo em artigo, para enviar a uma revista de Ciências da Religião e Teologia. Finalmente ontem saiu… Agora é aguardar o parecer do editor.

Por outro lado tem a tese. Meu cronograma está atrasado – pra variar – e estive me torturando por causa disto. Agora resolvi relaxar. Não penso mesmo linearmente e cronogramas são para serem descumpridos! Brincadeira… O problema parece ser o fato de a tese estar toda organicamente interligada e é preciso pensar bem para evitar as repetições e as informações desnecessárias. O “oco” e o “eco”, como diria João Cabral de Melo Neto.

Na próxima semana, dia 25 de novembro, estarei presente a uma das reuniões ordinárias da ASSEPE – Associação de Estudos e Pesquisas Espíritas de João Pessoa – a convite de Néventon Vargas para uma conversa acerca de minha pesquisa da temática do “tríplice aspecto” na obra de Allan Kardec. Depois conto como foi.

Abraços, beijos e quetais!