Diz-se que Heráclito assim teria respondido aos estrangeiros vindos na intenção de observá-lo. Ao chegarem, viram-no aquecendo-se junto ao fogo. Ali permaneceram, de pé, (impressionados sobretudo porque) ele os encorajou a entrar, pronunciando as seguintes palavras: 'Mesmo aqui, os deuses também estão presentes'. (Aristóteles. De part. anim. , A5 645a 17ff).

sexta-feira, abril 30, 2010

Congresso Internacional - Inscrições abertas

 

IV CONGRESSO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

E

XI SEMANA DE ESTUDOS DA RELIGIÃO

“RELIGIÃO, TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS E GLOBALIZAÇÃO”
(Goiânia, 27 a 29 de setembro de 2010)

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O Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião (Mestrado e Doutorado) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) anunciou a abertura de inscrições para o IV Congresso Internacional em Ciências da Religião e para a XI Semana de Estudos da Religião.

Maiores informações sobre os eventos (objetivos, inscrições, etc.) podem ser obtidas no site da PUC-GO, clicando aqui.

16º Seminário em Diálogo com o Pensamento de Paul Tillich

 

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Mais informações aqui.

(Fonte: Ciências da Religião da UNICAP)

quarta-feira, abril 28, 2010

III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA UNICAP

 

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“Religiosidades populares e multiculturalismo: intolerâncias, diálogos, interpretações”

8 a 10 de setembro de 2010

Recife – Pernambuco – Brasil

O objetivo é reunir teólogos e cientistas da religião que trabalham a problemática do diálogo entre culturas e religiões, para discutir o conceito de religiosidade popular e suas expressões culturais, dentro da complexidade do mundo globalizado; para refletir sobre processos hermenêuticos e religiões populares; bem como para um balanço epistemológico das teologias das religiões e teorias sobre o diálogo inter-religioso.

O Simpósio está sendo organizado com:

- Conferências pela manhã (9 às 12h):

dia 8: Alternativas populares para o diálogo entre religiões, por Lieve Troch, e Lauri Wirth como debatedor

dia 9: Hermenêuticas populares e religiões, mesa-redonda com 3 representantes, da EST, PUC-Goiás e UNICAP, ligados ao PROCAD FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PROCESSOS HERMENÊUTICOS NA INTERPRETAÇÃO E RECEPÇÃO DE TEXTOS SAGRADOS

dia 10: Religiosidades populares: interpretações, mesa-redonda com 3 representantes, da UMESP, UFPB e UNICAP, ligados ao PROCAD RELIGIOSIDADE POPULAR E PODER NO NORDESTE ORIENTAL DO BRASIL


- Sessões de Trabalho à tarde:

14h30 às 16h: Reuniões dos PROCADs para avaliação das pesquisas; Cursos com José Tolentino e Jung Mo Sung

16h30 às 18h: Grupos de Trabalho que serão formados através de site na Internet, articulando comunicações dos participantes e debates com o público

- As noites serão dedicadas a Atividades Culturais (19 às 21h):

dia 8: encontro de religiosos e artistas
dia 9: conversa com José Tolentino
dia 10: conversa com Cláudio Pastro

E tem a seguinte agenda preparatória:

28/ABR/10 : Lançamento do site na Internet. Início das inscrições, pelos Doutores Docentes da área de Ciências da Religião e áreas afins, para a proposição de Grupos Temáticos (via e-mail gilbraz@unicap.br). Início de inscrições on-line dos participantes.

31/MAI/10: Encerramento do prazo para proposta de Grupos Temáticos.

01/JUN/10: Divulgação dos Grupos Temáticos aprovados. Início das inscrições de propostas de comunicações (por mestrandos e pesquisadores, via e-mails dos coordenadores de GTs indicados no site).

15/JUN/10: Encerramento do prazo para inscrições, mediante resumos, de comunicações nos Grupos Temáticos.

21/JUN/10: Divulgação dos trabalhos aceitos e início do envio de texto integral (ver regras no site) para publicação nos anais (via e-mail marcosc@unicap.br).

26/JUL/10: Data limite para pagamento das inscrições dos participantes com apresentação de trabalhos.

02/AGO/10: Data limite para envio do texto integral das comunicações aceitas para publicação nos Anais Eletrônicos indexados do evento.

20/AGO/10: Encerramento de inscrições como participante.

Mais informações e inscrições aqui, no site do Simpósio.

(Fonte: Ciências da Religião da UNICAP)

Religião e Filosofia

 

Excertos de um texto de Martin Buber *

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I

A dificuldade para fazer uma distinção radical entre os terrenos da filosofia e da religião e, ao mesmo tempo, saber superar essa dificuldade pode, com maior clareza, ser manifestada quando comparamos duas pessoas representativas desses terrenos: Epicuro e Buda.

Epicuro ensina não apenas que existem deuses, isto é, seres imortais perfeitamente puros, que vivem nos espaços entre os mundos, mas que não têm poder sobre o mundo nem interesse por ele; ensina também que esses deuses devem ser venerados por meio de pensamentos piedosos e dos costumes tradicionais, sobretudo oferecendo-lhes, devidamente, piedosos sacrifícios. Ele mesmo os adora e lhes sacrifica, mas em seguida acrescenta, citando palavras de uma figura da comédia: “Ofereci sacrifícios a deuses que não me deram atenção”. Aqui está presente uma espécie de dogma, acompanhada de um culto; não obstante, percebe-se com clareza que não se trata de uma situação religiosa, mas filosófica.

Buda trata os deuses da crença popular, quando os considera dignos de menção, com uma tranquila e superior benevolência, e não sem ironia: essas figuras celestes que, mesmo sendo poderosas e – ao contrário dos deuses de Epicuro – estando voltadas também para o mundo dos homens, estão, como eles, acorrentados à cadeia do desejo e, como eles, envolvidas na “roda dos nascimentos”. Podemos venerá-los e cultuá-los, mas a lenda, coerentemente, leva a que se venere a ele, o Buda, o “desperto”, o liberto, o que liberta da roda dos nascimentos. Porém Buda reconhece um ser verdadeiramente divino, “não nascido, não formado, não criado”. É certo que só o conhece nessa descrição inteiramente negativa, recusando-se a fazer qualquer declaração a respeito dele, mas relaciona-se com ele com todo o seu ser. Não nos deparamos aqui nem com uma doutrina sobre Deus nem com um culto de Deus e, não obstante, nos encontramos diante de uma realidade claramente religiosa.

II

Assim, o que é decisivo para a religião autêntica não é o aparecimento do divino como pessoa, e sim que eu me comporte em relação a ele como em relação a um ser diante de mim. Envolver o divino inteiramente na esfera do humano suspende a divindade do divino. Não é necessário que se saiba algo sobre Deus para realmente pensar em Deus, e muitos fiéis verdadeiros sabem falar a Deus, mas não sabem falar de Deus. O Deus desconhecido, quando se tem a coragem de viver para ele, de ir-lhe ao encontro, de invocá-lo, constitui o objeto legítimo da religião; quem se recusa a deixar Deus limitado ao transcendente tem dele ideia maior do quem se limita a isso; mas quem o limita ao imanente está pensando em outra coisa, e não nele.

[…]

___________________________

* BUBER, Martin. Religião e Filosofia. In: ______. Eclipse de Deus. Considerações sobre a relação entre filosofia e religião. Campinas: Verus Editora, 2007. p. 27-46. (Trad.: Carlos Almeida Pereira).

terça-feira, abril 27, 2010

STJ mantém adoção de crianças por casal homossexual

 

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu hoje uma decisão inovadora para o direito de família. Por unanimidade, os ministros negaram recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul e mantiveram a decisão que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de mulheres.

Seguindo o voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, a Turma reafirmou um entendimento já consolidado pelo STJ: nos casos de adoção, deve prevalecer sempre o melhor interesse da criança. " Esse julgamento é muito importante para dar dignidade ao ser humano, para o casal e para as crianças", afirmou.

Uma das mulheres já havia adotado as duas crianças ainda bebês. Sua companheira, com quem vive desde 1998 e que ajuda no sustento e educação dos menores, queria adotá-los por ter melhor condição social e financeira, o que daria mais garantias e benefícios às crianças, como plano de saúde e pensão em caso de separação ou falecimento.

A adoção foi deferida em primeira e segunda instâncias. O tribunal gaúcho, por unanimidade, reconheceu a entidade familiar formada por pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de adoção para constituir família. A decisão apontou, ainda, que estudos não indicam qualquer inconveniência em que crianças sejam adotadas por casais homossexuais, importando mais a qualidade do vínculo e do afeto no meio familiar em que serão inseridas. O Ministério Público gaúcho recorreu, alegando que a união homossexual é apenas sociedade de fato, e a adoção de crianças, nesse caso, violaria uma séria de dispositivos legais.

O ministro Luis Felipe Salomão ressaltou que o laudo da assistência social recomendou a adoção, assim como o parecer do Ministério Público Federal. Ele entendeu que os laços afetivos entre as crianças e as mulheres são incontroversos e que a maior preocupação delas é assegurar a melhor criação dos menores.

Após elogiar a decisão do Tribunal do Rio Grande do Sul, relatada pelo desembargador Luiz Felipe Brasil Santos, o presidente da Quarta Turma, ministro João Otávio de Noronha, fez um esclarecimento: “Não estamos invadindo o espaço legislativo. Não estamos legislando. Toda construção do direito de família foi pretoriana. A lei sempre veio a posteriori”, afirmou o ministro.

(Fonte: Superior Tribunal de Justiça)

Enquanto isso em: “Um sábado qualquer…”

 

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(Fonte: Um sábado qualquer)

Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires divulga catálogo de seu acervo

 

J. Herculano Pires

O arquivo José Herculano Pires, que foi doado à Fundação Maria Virginia e J. Herculano Pires pela sua família, em sua maior parte é constituído de documentos que se encontravam na residência do escritor após o seu desencarne.

Desde que a Fundação assumiu a administração desse arquivo, foram doados novos documentos que, em conjunto com os já existentes, formam um acervo que permite um estudo claro do pensamento de J. Herculano Pires, principalmente quanto à importância da divulgação da Doutrina codificada por Allan Kardec.

José Herculano Pires, durante vários anos, exerceu as funções de crítico literário e repórter político na Assembléia Legislativa do Munícipio de São Paulo, nos Diários Associados, e suas críticas e artigos, que se encontram neste acervo, nos dão uma visão geral de sua obra, não se limitando às suas atividades junto ao movimento espírita.

A ideia da organização do acervo surgiu de familiares e amigos de Herculano e Maria Virgínia, e seu objetivo principal é conservar as obras de J. Herculano Pires e colocá-las à disposição do público, para consulta. O acervo foi mantido durante algum tempo pelo Centro Espírita Cairbar Schutel.

O acervo do professor J. Herculano Pires contém 6.800 documentos. Os documentos são originais manuscritos e datilografados, originais de livros, material didático, poesias, cartas e estudos da doutrina espírita. O acervo possui também 2.334 livros de assuntos diversos, que pertenciam à biblioteca particular de J. Herculano Pires.

O acervo possui ainda a coleção do Jornal Mensagem, fundado por J. Herculano Pires, jornais espíritas diversos, um álbum de discos, uma fita de vídeo com fatos de sua vida, narrados por familiares e amigos, vários quadros e diplomas. Conta com a escrivaninha de seu uso pessoal e a máquina de escrever, onde foram escritos vários de seus livros. Possui também fitas cassetes com palestras de J. Herculano Pires.

Para organizarmos o acervo, contamos com a colaboração de vários amigos, que forneceram documentos que tinham consigo.

Do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, contamos com a ajuda do senhor Osvaldo. Tivemos a colaboração do senhor Luiz Fernando Coletti, da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (hoje UNESP), onde Herculano lecionou e participou da organização da mesma. Contamos com a ajuda do senhor Jorge Rizzini para a organização da pasta referente ao Clube dos Jornalistas Espíritas de São Paulo. Recebemos do senhor Israel Dias Novais, documentos da Academia Paulista de Jornalismo, onde Herculano ocupou a cadeira “Cornélio Pires”.

Os livros, artigos, palestras, demais publicações, vídeos e áudios de J. Herculano Pires, em português e em outros idiomas, estão sendo disponibilizados por este site.

Quaisquer documentos que possam contribuir para este acervo, podem ser doados à Fundação.

Clique aqui para fazer download do catálogo completo da Fundação.

(Fonte: Fundação Maria Virgínia e J. Herculano Pires)

segunda-feira, abril 26, 2010

Como serão o céu e o inferno?

 

Como vai sua cultura pop? Você consegue identificar todas as personagens na ilustração abaixo?

sobe-e-desce (By Fábio Cavalcanti)

sábado, abril 24, 2010

Carta aberta aos bispos católicos de todo o mundo *.

 

Hans Küng **

O teólogo Hans Küng avalia o pontificado de Bento XVI como o das oportunidades perdidas. No quinto aniversário de sua chegada ao Vaticano, pede ao clero que reaja à crise da Igreja, tornada ainda mais aguda pelos abusos a menores:

Küng 

Estimados bispos.

Joseph Ratzinger, agora Bento XVI, e eu fomos entre 1962-1965 os dois teólogos mais jovens do Concílio. Agora, ambos somos os mais idosos e os únicos que continuam em plena atividade. Sempre entendi meu trabalho teológico como um serviço à Igreja. Por isso, preocupado por esta nossa Igreja, mergulhada na mais profunda crise de confiança desde a Reforma, vos dirijo uma carta aberta no quinto aniversário do acesso ao pontificado de Bento XVI. Não tenho outros meios de chegar até vós.

Apreciei muito que o Papa Bento, logo depois de sua eleição, me convidasse, seu crítico, para uma conversa de quatro horas, que decorreu amistosamente. Naquele momento isto me fez conceber a esperança de que Joseph Ratzinger, meu antigo colega na Universidade de Tubinga, tivesse encontrado, apesar de tudo, o caminho para maior renovação da Igreja e o entendimento ecumênico no espírito do Concílio Vaticano II.

Minhas esperanças – e a de tantos católicos e católicas comprometidos – desgraçadamente não se cumpriram, coisa que fiz saber ao Papa Bento por diversas formas em nossa correspondência. Sem qualquer dúvida, ele cumpriu conscienciosamente suas obrigações papais cotidianas e nos ofereceu três úteis encíclicas sobre a fé, a esperança e o amor. Mas no tocante aos grandes desafios de nosso tempo, seu pontificado se apresenta cada vez mais como o das oportunidades perdidas, não como o das ocasiões aproveitadas:

- Desperdiçou-se a oportunidade de um entendimento perdurável com os judeus: o Papa reintroduz a súplica pré-conciliar em que se pede pela iluminação dos judeus e readmite na Igreja a bispos cismáticos, notoriamente anti-semitas, implementa a beatificação de Pio XII e só leva a sério o judaísmo como raiz histórica do cristianismo, não como uma comunidade de fé que perdura e tem um caminho próprio para a salvação. Os judeus de todo o mundo indignaram-se com o pregador pontifício na liturgia papal da sexta-feira santa em que comparou as críticas ao Papa com a perseguição anti-semita.

- Desperdiçou-se a oportunidade de um diálogo baseado em confiança com os muçulmanos: é sintomático o discurso de Bento em Ratisbona, no qual, mal assessorado, caricaturou o Islam como a religião da violência e da desumanidade, atraindo assim a duradoura desconfiança dos muçulmanos.

- Desperdiçou-se a oportunidade da reconciliação com os povos nativos colonizados na América Latina: o Papa afirma com toda a seriedade que estes “anelavam” pela religião de seus conquistadores europeus.

- Desperdiçou-se a oportunidade de ajudar os povos africanos na luta contra a superpopulação, aprovando os métodos anticoncepcionais e na luta contra a AIDS, admitindo o uso de preservativos.

- Desperdiçou-se a oportunidade de concluir a paz com as ciências modernas: reconhecendo inequivocamente a teoria da evolução e aprovando de forma diferenciada novos campos de pesquisa, como o das células-tronco.

- Desperdiçou-se a oportunidade de que também o Vaticano torne definitivamente o espírito do Concílio Vaticano II a bússola da Igreja Católica, impulsionando as suas reformas.

Este último ponto, estimados bispos, é especialmente grave. Este Papa frequentemente relativiza os textos conciliares e os interpreta de forma retrógrada contra o espírito dos padres do concilio. Ele se situa mesmo expressamente contra o Concílio Ecumênico, que, segundo o direito canônico, representa a autoridade suprema da Igreja Católica.

- Ele readmitiu na Igreja, incondicionalmente, os bispos da Irmandade Sacerdotal São Pio X, ordenados ilegalmente fora da Igreja Católica e que rechaçam o concílio em aspectos centrais.

- Apóia por todos os meios a missa tridentina medieval e ele mesmo celebra ocasionalmente a eucaristia em latim e de costas para os fiéis.

- Não implementa de fato o entendimento com a Igreja Anglicana, firmado em documentos ecumênicos oficiais (ARCIC), mas pretende atrair à Igreja católico-romana sacerdotes anglicanos casados, deixando de exigir deles o voto do celibato.

- Reforçou os poderes eclesiais contrários ao concílio, com a nomeação de altos cargos anti-conciliares (na Secretaria de Estado e na Congregação para a Liturgia, entre outros) e bispos reacionários em todo o mundo.

O Papa Bento XVI parece afastar-se cada vez mais da grande maioria do povo da Igreja, que de todas as formas se ocupa cada vez menos de Roma e que, no melhor dos casos, ainda se identifica com sua paróquia e seus bispos locais.

Sei que alguns de vós padeceis pelo fato de que o Papa se veja plenamente respaldado pela cúria romana em sua política anti-conciliar. Esta busca sufocar a crítica no episcopado e na Igreja e desacreditar aos críticos por todos os meios. Com renovada exibição de pompa barroca e manifestações teatrais diante dos meios de comunicação, Roma trata de exibir uma Igreja forte, com um “representante de Cristo” absolutista, que reúne em sua mão os poderes legislativo, executivo e judiciário.

No entanto, a política de Bento fracassou. Todas as suas aparições públicas, viagens e documentos não são capazes de atrair em direção à doutrina romana a postura da maioria dos católicos em questões controvertidas, especialmente em matéria de moral sexual. Nem mesmo os encontros papais com a juventude, aos quais assistem especialmente os grupos conservadores carismáticos, podem frear os abandonos da Igreja ou despertar mais vocações sacerdotais.

Precisamente vós, como bispos, o lamentareis em sua maior profundidade: desde o Concílio, dezenas de milhares de bispos abandonaram sua vocação, especialmente devido à lei do celibato. A renovação sacerdotal, assim como a de membros das ordens religiosas, irmãos e irmãs leigos, caiu tanto quantitativa como qualitativamente. A resignação e a frustração se estendem no clero, precisamente entre os membros mais ativos da Igreja. Muitos se sentem abandonados em suas necessidades e sofrem pela Igreja.

Pode ser que este seja o caso em muitas de vossas dioceses: cada vez mais igrejas, seminários e paróquias vazios. Em alguns países, devido à carência de sacerdotes, se finge uma reforma eclesial e as paróquias se refundem, frequentemente contra a vontade, constituindo gigantescas “unidades pastorais” nas quais os escassos sacerdotes estão completamente extenuados.

E agora, às muitas tendências de crises, adicionam-se ainda escândalos que clamam ao céu, especialmente todo o abuso de milhares de meninos e jovens por clérigos – nos Estados Unidos, na Irlanda, na Alemanha *** – tudo isto ligado a uma crise de liderança e de confiança sem precedentes.

Não se pode abafar o fato de que o sistema de ocultação posto em vigor em todo o mundo perante os delitos sexuais dos clérigos foi dirigido pela Congregação para a Fé, de Roma, do Cardeal Ratzinger, (1981-2005), na qual já sob João Paulo II se compilaram os casos sob o mais estrito segredo.

Ainda em 18 de maio de 2001, Ratzinger enviava um documento solene sobre os delitos mais graves (Epistula de delitos gravioribus) a todos os bispos. Nela, os casos de abusos se localizavam sob o secretum pontificium, cuja transgressão pode atrair severas penas canônicas. Com razão, pois, estão muitos que exigem ao então prefeito **** e agora Papa um mea culpa pessoal. Na Semana Santa, no entanto, ele perdeu a oportunidade de o fazer. Em vez disso, o Domingo de Ramos levou o decano do colégio cardinalício a levantar urbi et orbi o testemunho de sua inocência.

As consequências de todos estes escândalos para a reputação da Igreja católica são devastadoras. Isto é algo que também confirmam já dignatários de alto nível. Muitos curas e educadores de jovens sem culpa e extremamente comprometidos padecem sob uma suspeita geral.

Vós, estimados bispos, deveis levantar para vós mesmos a pergunta de como haverão de ser no futuro as coisas em nossa Igreja e em vossas dioceses. Claro, não queria esboçar para vós um programa de reforma. Isto eu já o disse em repetidas ocasiões, antes e depois do Concílio. Só queria colocar diante de vós seis propostas que – é minha convicção – serão respaldadas por milhões de católicos que carecem de voz:

1. Não calar: diante de tantas e tão graves irregularidades, os silêncio vos fará cúmplices. Ali onde considereis que determinadas leis, disposições e medidas são contraproducentes, deveríeis, pelo contrário, expressá-lo com a maior franqueza. Não envieis a Roma declaração de submissão, mas exigências de reforma!

2. Empreender reformas: na Igreja e no episcopado são muitos os que se queixam de Roma sem que eles mesmos façam algo. Mas hoje, quando em uma diocese ou paróquia não se frequenta a missa, o trabalho pastoral é ineficaz, a abertura às necessidades do mundo limitada, ou a cooperação mínima, não se pode descarregar isto sobre Roma, sem mais nem menos. Bispo, sacerdote ou leigo, todos e cada um, deverão fazer alguma coisa para a renovação da Igreja em seu âmbito vital, seja maior ou menor. Muitas coisas grandes nas paróquias e em toda a Igreja foram postas em ação graças à iniciativa de indivíduos ou de pequenos grupos. Como bispos deveis apoiar e alentar estas iniciativas e atender depressa as queixas justificadas dos fiéis.

3. Atuar colegiadamente: após um vivo debate e contra a sustentada oposição da cúria, o Concílio decretou a colegialidade do Papa e dos bispos, ao estilo dos Atos dos Apóstolos, onde nem Pedro agia sem o colégio apostólico. No entanto, na época pós-conciliar, os papas e a cúria ignoraram esta decisão central do Concílio.

Desde que o Papa Paulo VI, dois anos depois do Concilio, publicou uma encíclica para a defesa da discutida lei do celibato, a doutrina e a política papal voltaram a ser exercidas conforme o estilo antigo, não colegiado. Até mesmo na liturgia o Papa se apresenta como autocrata, frente ao qual os bispos, de que gosta de estar rodeado, aparecem como comparsas sem voz nem voto.

Não deveríeis, portanto, estimados bispos, atuar apenas individualmente, mas em comunidade com os demais bispos, com os sacerdotes e com o povo da Igreja, homens e mulheres.

4. A obediência ilimitada só se deve a Deus: todos vós, na solene consagração episcopal, prestastes perante o Papa um voto de obediência ilimitada. Sabeis, porém, igualmente que jamais se deve obediência ilimitada a uma autoridade humana, somente a Deus. Portanto, vosso voto não vos impede dizer a verdade sobre a atual crise da Igreja, de vossa diocese e de vossos países. Seguindo em tudo o exemplo do apóstolo Paulo, que confrontou a Pedro e teve que fazê-lo “face a face, porque se tornara repreensível” (Gl 2.11).

Uma pressão sobre as autoridades de Roma no espírito da irmandade cristã pode ser legítima quando estas não concordem com o espírito do Evangelho e sua mensagem. A utilização da linguagem vernácula na liturgia, a modificação das disposições sobre os casamentos mistos, a afirmação da tolerância, os direitos humanos, o entendimento ecumênico e tantas outras coisas só foram alcançados pela tenaz pressão vinda da base.

5. Aspirar a soluções regionais: é frequente que o Vaticano faça ouvidos surdos a demandas justificadas do episcopado, de sacerdotes e dos leigos. Com tanto maior razão se deve aspirar a conseguir soluções regionais de forma inteligente.

Um problema especialmente espinhoso, como sabeis, é a lei do celibato, proveniente da Idade Média e que com razão está sendo questionada em todo o mundo, precisamente no contexto dos escândalos por abusos sexuais. Uma modificação contra a vontade de Roma parece praticamente impossível. No entanto, isto não nos condena à passividade: um sacerdote que depois de madura reflexão pense em casar-se não tem que renunciar automaticamente a seu estado se o bispo e a comunidade o apóiam. Algumas conferências episcopais poderiam alcançar uma solução regional, ainda que fosse melhor aspirar a uma solução para a Igreja em seu conjunto. Portanto:

6. Exigir um concílio: assim como foi preciso um concílio ecumênico para a realização da reforma litúrgica, a liberdade de religião, o ecumenismo e o diálogo interreligioso, o mesmo acontece para se solucionar o problema da reforma, que foi interrompida agora de forma dramática. O concilio reformador de Constança no século anterior à Reforma (protestante) aprovou a celebração de concílios a cada cinco anos, disposição que, no entanto, foi burlada pela cúria de Roma. Seguramente esta fará o que puder para impedir um concílio do qual possa temer uma limitação de seu poder. Sobre todos vós está a responsabilidade de impor um concílio ou pelo menos um sínodo episcopal representativo.

O apelo que vos dirijo diante desta Igreja em crise, estimados bispos, é que ponhais na balança a autoridade episcopal, revalorizada pelo Concílio. Nesta situação de necessidade, os olhos do mundo estão postos sobre vós. Inúmeras pessoas perderam a confiança na Igreja católica. Para recupera-la só será necessário abordar de forma franca e honrada os problemas e respectivas reformas. Peço-vos, com todo o respeito, que contribuais naquilo que lhes cabe, sempre que possível em cooperação com os demais bispos. Mas, se necessário, também solitariamente, com “intrepidez” apostólica (Atos 4.29-31). Dai sinais de esperança a vossos fieis e uma perspectiva a nossa Igreja.

Saúda-vos, na comunhão da fé cristã, Hans Küng.

_______________________________

* Traduzido do alemão para o espanhol por Jesús Alborés Rey; traduzido do espanhol para o português por Sérgio Marcus Pinto Lopes. Revisão da tradução aqui publicada: Augusto Araujo

** Hans Küng é catedrático emérito de Teologia Ecumênica na Universidade de Tubinga, Alemanha, e presidente da Global Ethic.

*** E também aqui, no Brasil (nota do revisor).

**** “Prefeito”: referência ao cargo ocupado pelo então Cardeal Ratzinger antes de sua eleição como Papa Bento XVI, como Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé.

 

Fonte: Capela da Inclusão

quinta-feira, abril 22, 2010

Deus, o Diabo e os seres humanos em: “Um sábado qualquer”.

 

325- Limbo

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A tirinha acima é uma amostra do talento de Carlos Ruas Bon, o criador do blog "Um sábado qualquer". Este site é um achado! Segundo o próprio autor:

“Um sábado qualquer” é um blog de tirinhas criadas por Carlos Ruas Bon.

Através de um humor light, o autor explora o lado cômico da existência, a partir do exato momento em que Deus, experimenta “criar o mundo”. As situações se complicam cada vez mais com o surgimento de Adão, Eva, Caim, o Papa, Freud, Darwin e muitos outros…

O Criador (das tiras) não pretende com elas, agredir ou ofender qualquer crença religiosa, mas apenas oferecer, de forma pacífica, a sua versão bem humorada para o princípio do mundo.

Aposto que até Deus lendo-as, estará dando boas gargalhadas.

Eu recomendo!

Abraços.

terça-feira, abril 20, 2010

Um pensamento incômodo que insiste em se impor…

Um texto de Dietrich Bonhoeffer *

Nossa maioridade nos conduz a um verdadeiro reconhecimento de nossa situação diante de Deus. Deus quer que saibamos que devemos viver como quem administra sua vida sem ele. O Deus que está conosco é aquele que deserta de nós. O Deus que nos permite viver no mundo sem a hipótese funcional de Deus é aquele diante do qual permanecemos continuamente. Diante de Deus e com Deus, vivemos sem ele.

[…] Deus é fraco e sem poder nesse mundo, e essa é precisamente a maneira, a única maneira pela qual ele está conosco para nos ajudar.

__________________

* Apud: SPONG, John Shelby. Um Novo Cristianismo para um Novo Mundo. Verus Editora: Campinas, 2006. p.9.

quinta-feira, abril 15, 2010

Anglicanismo e Diversidade Sexual II

 

Como sabem tenho interesse na, nem sempre fácil, relação entre Homossexualidade e Religião. Tenho falado reiteradamente sobre o tema, procurando trazer à tona o preconceito religioso contra a livre orientação de gênero e sexualidade. Além disso, procuro esclarecer como este preconceito é contraditório mesmo dentro dos quadros mais elementares do discurso religioso. Um discurso quase sempre pautado em valores como amor, fraternidade, liberdade, etc.

No entanto, algumas vezes, encontramos grupos religiosos que se interessam de maneira genuína e inclusiva pela questão da diversidade sexual. O vídeo abaixo demonstra o feliz trabalho que vem sendo realizado por uma Paróquia Anglicana na cidade de São Paulo: o Coral da Diversidade.

Parabéns ao Rev. Arthur Cavalcante e à comunidade da Paróquia Santíssima Trindade!

Espero que gostem!

(Fonte: Capela da Inclusão)

Um pequeno esclarecimento

 

Recentemente recebi um pedido de esclarecimento sobre o título de meu projeto de pesquisa para o doutorado: O Espiritismo, “esta loucura do século XIX”: Ciência, Filosofia e Religião nos escritos de Allan Kardec.

Minha querida amiga Verioni, que há muito não vejo (infelizmente), pediu-me que esclarecesse o uso que faço do termo “loucura” no título do projeto. Achei justa a demanda, já que pode parecer aos desavisados que há um juízo de minha parte. O que não corresponde à verdade.

Bem, em primeiro lugar é preciso que se diga que o título é provisório, ao menos na sua primeira parte (que gosto de chamar de título-fantasia). O núcleo da pesquisa é a consideração dos conceitos de ciência, filosofia e religião na obra de Allan Kardec. É uma pesquisa sobre os modos como Kardec interpreta cada um desses conceitos em relação à doutrina por ele criada e sistematizada: a doutrina espírita. Trata-se, portanto, de uma pesquisa que visa debater o tema da identidade do espiritismo na obra de seu fundador.

Sobre o problemático uso da expressão “loucura do século XIX”, eu já havia discutido com meu orientador – Prof. Dr. Volney Berkenbrock – a possibilidade de fazer a devida alteração, já que ele também havia sofrido um certo estranhamento ao ler o projeto. Embora, para mim, este uso seja justificável pelo fato de que trata-se de uma expressão do próprio Allan Kardec, motivo pelo qual  vem grafada entre aspas em meu título.

Contudo, ainda não encontrei uma alternativa para a substituição desejada e desejável. Enquanto isso, publico aqui um trecho de meu projeto de pesquisa, à guisa de justificativa:

[…] cabe uma necessária palavra acerca de porque o Espiritismo é chamado no título desta proposta de a loucura do século XIX. Tal assertiva é oriunda de um trecho da obra A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo no qual, Kardec comparando o Espiritismo ao Materialismo do século XIX, afirma serem ambos como "[...] dois viajantes que caminham juntos, partindo de um mesmo ponto; chegados a certa distância, diz um: ‘Não posso ir mais longe’. O outro prossegue e descobre um novo mundo. O primeiro, movido por sua incapacidade de seguir adiante, invariavelmente tachará o segundo de insano tal como aqueles que, permanecendo na Europa, acusavam de insanidade a Cristóvão Colombo que, em seu pioneirismo, saiu em busca de um novo mundo.

“Pois bem! o Espiritismo, esta loucura do século dezenove, segundo os que se obstinam em permanecer na margem terrena, nos patenteia todo um mundo, mundo bem mais importante para o homem, do que a América, porquanto nem todos os homens vão à América, ao passo que todos, sem exceção de nenhum, vão ao dos Espíritos, fazendo incessantes travessias de um para o outro”.[1]

Assim, tentamos preservar o sentido irônico da frase, grafando-a entre aspas em nosso título. No entanto, com a compreensão ampliada de que a loucura do Espiritismo se estabelece não somente pela ousadia de seguir adiante onde o Materialismo científico do século XIX estancou. Mas ainda, pelo fato de ousar fazer isto propondo uma síntese complexa de três conceitos, por si já complexos, no conceito único de Espiritismo. Além disto, reflete a idéia de que tal síntese proposta por Allan Kardec se radica inteiramente no século XIX e é uma resposta aos processos históricos que lhe são próprios.

Espero, com isso, poder dirimir qualquer mal-entendido que possa surgir em torno de minha escolha para o título deste trabalho.

Abraços!


[1] KARDEC, Allan. A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 2007, pp. 234-235.

Anglicanismo e Diversidade Sexual

 

Bispo Martín Barahona: Domingo de Ramos e a Diversidade Sexual

Historicamente marginalizadas nos Estados Unidos, as comunidades latina e de homossexuais receberam, no domingo, 28, a visita do bispo primaz da Igreja Anglicana da Região da América Central (Iarca), Martín Barahona.

ALC
terça-feira, 30 de março de 2010

“Somos duplamente marginalizados: somos gays e não temos documentos, mas somos uma comunidade unida”, disse Elena, um travesti que frequenta bar em São Francisco. “Deus os ama, não condena vocês, porque para Ele não existe exclusão”, proclamou o primaz, instando a comunidade gay a permanecer firme na fé e aprofundar sua espiritualidade.

Barahona, que também é bispo da Igreja Anglicana de El Salvador, oficiou o Domingo de Ramos numa das principais ruas de São Francisco. Depois, foi de bar em bar naquela via pública para entregar aos seus frequentadores ramos abençoados, que, no mundo cristão, recordam a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém.

O bispo salvadorenho celebrou ofício religioso em paróquia cuja membresia é constituída, em sua maioria, por gays e lésbicas. A Igreja Episcopal dos Estados Unidos tem-se mostrado aberta à diversidade sexual.

(Fonte: Capela da Inclusão)

sábado, abril 10, 2010

XX Congresso Mundial Quinquenal da Associação Internacional para História das Religiões - IAHR

 

IAHR

RELIGION, A HUMAN PHENOMENON
XXth IAHR Quinquennial World Congress
August 15-21, 2010
Toronto, Canada


La Asociación Internacional para la Historia de Las Religiones (formalmente establecida en septiembre de 1950 en ocasión del séptimo congreso internacional de historia de las religiones) es una organización de amplitud global, que tiene como su objetivo la promoción del estudio académico de las religiones y de la religión a través de la colaboración internacional de todos los estudiosos y científicos cuya investigación tiene alguna relación con el sujeto de estudio. Como una organización académica internacional, la IAHR tiene una relación cercana con la UNESCO a través del Consejo Internacional de Estudios Filosóficos y Humanísticos (CIPSH). Representa el trabajo de estudioso de la religión, que son asociaciones nacionales miembros y cinco asociaciones regionales miembros, que sostienen el estudio de la religión en universidades en sus países. La IAHR es el foro internacional preeminente para el estudio critica, analítico y transcultural de la religión, no es un foro para preocupaciones y asuntos apologéticos confesionales o similares.

El vigésimo congreso mundial quinquenal de la IAHAR se llevará a cabo en la universidad de Toronto del 15 al 25 de agosto de 2010 y estaría patrocinado por la Canadian Society for the Study of Religions, la Societè Quèbècoise pour L’étude De La Religion y la Sociedad Mexicana Para el Estudio de las Religiones y la North American Association for the Study of Religion. El departamento y centro para el estudio de la religión de la universidad de Toronto y el instituto para los estudios avanzados de la religión en Toronto serán los anfitriones del congreso en el campus de la universidad. Los congresos mundiales que han precedido incluyen Parίs (1900), Basilea (1904) Oxford (1908), Leyden (1912), Lunt (1927), Bruselas (1934), Amsterdam (1950), Roma (1955) Tokyo (1958), Marbugo (1960), Claremont (1965), Estocolmo (1970), Lancaster (1975), Winnipeg (1980), Sidney (1985) Roma (1990), México (1995) Durbant (2000) y Tokio (2005). Las lenguas oficiales de la IAHR serán ingles y francés. El inglés, francés y el español constituirán las lenguas oficiales para el congreso.

El tema de este congreso ha sido escogido a fin de fomentar la discusión académica / científica sobre religiones y fenómenos religiosos, a través de los tradicionales límites geográficos y temporales. Su amplio espectro de interés es, en sí mismo, una invitación para que académicos de diversos campos del saber presenten los resultados de sus investigaciones sobre la religión en la historia, sociedad, y en la vida del individuo. Aunque amplio en espectro de interés, el tema del congreso también tiene como propósito concentrar nuestro interés en religión en cuanto su manifestación sea accesible para las herramientas y técnicas de las ciencias históricas, sociales y naturales. Esto habrá de proveer para el surgimiento de una estructura de discusión común a cualquier empresa académica / científica, y es dentro de esta estructura común de discurso que pueda tener lugar la discusión, debate y comprobación de afirmaciones académicas e hipótesis científicas.

La estructura del programa académico ha sido diseñada a fin de complementar los objetivos propuestos por el tema del Congreso. Aunque los participantes estarán en la libertad de contribuir con propuestas para los grupos de trabajo, seminarios y coloquios, por otra parte, es nuestro interés el evitar las estructuras programáticas tradicionales en la forma de secciones de discusión sobre tradiciones particulares, una clasificación regional de religiones, una periodización histórica de las religiones, o alguna combinación de estas secciones. Es nuestra convicción que la estructura que hemos adoptado en esta ocasión contribuirá a la colaboración inter-disciplinaria, en tanto académicos de campos muy diferentes serán alentados a presentar sus propuestas haciendo énfasis en una estructura académica de discurso con abordajes metodológicos bien definidos.

El estudio académico y científico moderno de la religión es una empresa sumamente compleja. La meta del comité del programa de este congreso, sin embargo, es unir tradiciones geográficas y académicos especializados invitando a los participantes a presentar su trabajo dentro de marcos metodológicos comunes, como descriptivos, interpretativos y explicativos. Debido a la necesaria relación teórica entre esto tres enfoques, reconocemos que muchos trabajos podrán caer dentro de más de uno de estas categorías. De todas maneras, invitamos a los ponentes a que presenten en sus ponencias un aspecto o áreas de interés dentro de las diversas ramas de trabajo en las que se puedan desempeñar. Las presentaciones se pueden enfocar, por ejemplo en el empleo de datos, conceptos o herramientas de análisis, metodología de campo, perspectivas interpretativas, paradigmas explicativos, etc. Una cuarta sección, enfocada a las reflexiones personales dentro del campo de la religión, sus supuestos y metas en épocas y culturas diferentes también se incluye, así como una quinta sección, apropiada para la presentación de innovaciones, talleres y mesas. Esta última sección también recibirá los trabajos que no encuentren lugar en las cuatro secciones previas.

Mais informações e inscrições aqui, no site do Congresso.

(Fonte: Ciências da Religião na UNICAP)

sexta-feira, abril 09, 2010

Convite

 

MESA

Chegou o lançamento oficial do curta-metragem Borra de Café. Eu já havia comentado aqui sobre este filme de Aluízio Guimarães. Vocês podem conferir nos links abaixo:

Nova produção do cinema paraibano.

Pré-estreia do curta "Borra de Café".

Humano, demasiado humano.

quinta-feira, abril 08, 2010

Homossexualidade e Religião no cinema

 

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Aaron, um respeitável açougueiro na ultra-ortodoxa comunidade Judaica de Jerusalém, é casado com Rivka e pai dedicado de quatro filhos. Um dia, ele encontra Ezri, um belo estudante de vinte e dois anos, e logo se apaixona. Começa, então a negligenciar sua vida familiar e comunitária, varridas por seu amor e desejo por Ezri. Enquanto isso, paralelamente a essa relação, uma lojista vizinha persiste em encontrar um homem de sua própria escolha, apesar de ter sido prometida por seu pai para outro. Eventualmente, a culpa, o tormento e a pressão gerados pela comunidade vão atingir os amantes condenados, levando-os a tomar decisões radicais ...

 

No Brasil o filme estreou no dia 02/04/2010 em salas do Rio, São Paulo e Brasília. E permanece sem previsão de exibição no restante do país.

(Fonte: Peccadillo Pictures)

Companhia das Letras lança “Obra Completa de Sigmund Freud”

 

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Segundo o site da Editora:

Esta nova edição pretende ser a primeira, publicada no Brasil, traduzida diretamente do alemão e, ao mesmo tempo, organizada na ordem cronológica em que apareceram originalmente os textos. As Obras completas serão reunidas em vinte volumes, sendo dezenove de textos e um de índices e bibliografia. Nesta ocasião serão lançados os três primeiros, os volumes 10, 12 e 14, que abrangem os textos escritos entre 1911 e 1920, um período intermediário e de pleno desenvolvimento das concepções de Freud.

No segundo semestre de 2010 serão lançados mais dois, os volumes 16 e 18, contendo obras publicadas entre 1923-25 e 1930-36, respectivamente. A coleção prosseguirá com um ou dois volumes publicados por ano, a partir de 2011.

Estas Obras completas não incluem os textos de neurologia, ou seja, não psicanalíticos, anteriores à criação da psicanálise. Afinal, o próprio autor decidiu deixá-los de fora quando foi feita a primeira edição alemã completa de suas obras.

A edição alemã que serviu de base para esta foi a Gesammelte Werke [Obras completas], publicada entre 1940 e 1952. Ainda que constituam a mais ampla reunião de textos do pai da psicanálise, os dezessete volumes da coleção foram sofrivelmente editados, talvez devido à penúria dos anos de guerra e de pós-guerra na Europa.

Embora ordenados cronologicamente, não indicam nem sequer o ano da publicação de cada trabalho. O texto em si é geralmente confiável, mas sempre que possível foi cotejado com a Studienausgabe [Edição de estudos], publicada pela editora Fischer em 1969-75, da qual foi consultada uma edição revista, lançada posteriormente. Trata-se de onze volumes organizados por temas (como a primeira coleção de obras de Freud), que não incluem vários textos secundários ou de conteúdo repetido, mas incorporam, traduzidas para o alemão, as apresentações e notas que o inglês James Strachey redigiu para a Standard edition (Londres, Hogarth Press, 1955-66).

O objetivo destas Obras completas é oferecer os textos com o máximo de fidelidade ao original, sem interpretações ou interferências de comentaristas e teóricos posteriores da psicanálise, que podem ser encontradas na interminável bibliografia sobre o tema. O aparato editorial limita-se a notas do tradutor, que geralmente informam sobre os termos e as passagens de versão problemática, para que o leitor tenha uma ideia mais precisa de seu significado. Nessas notas são reproduzidos os equivalentes achados em algumas versões estrangeiras dos textos, em línguas aparentadas ao português e ao alemão.

O coordenador e tradutor, Paulo César de Souza, já é conhecido por suas traduções de obras de Friedrich Nietzsche e Bertolt Brecht, pelas quais recebeu duas vezes o prêmio Jabuti. Durante alguns anos foi colaborador do jornal Folha de S. Paulo. Seu primeiro artigo, publicado em 1985, intitulava-se "Nosso Freud" e já discutia a tradução de Freud. Sua primeira tradução de um texto de Freud, agora incluída nesta edição, foi publicada em 1989, no mesmo jornal. Essas e outras contribuições foram depois incorporadas aos volumes Sigmund Freud & o gabinete do dr. Lacan (Brasiliense, 1989) e Freud, Nietzsche e outros alemães (Imago, 1995).

Simultaneamente a esses primeiros volumes, a Companhia das Letras lança a nova edição revista do livro do coordenador e tradutor, As palavras de Freud: o vocabulário freudiano e suas versões, originalmente sua tese de doutorado apresentada ao Departamento de Língua Alemã da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), que analisa os problemas teóricos da tradução de Freud e explicita a atitude por trás da edição das Obras completas.

É desnecessário fornecer dados biográficos de Sigmund Freud (1856-1939), já que eles podem ser encontrados em diversas fontes, entre elas páginas da internet, das quais se destaca uma do Youtube, que contém um depoimento gravado por ele próprio em inglês para a rádio BBC, em Londres, em dezembro de 1938, sintetizando a obra de sua vida. Para um estudo biográfico mais profundo, vale consultar Freud: uma vida para nosso tempo (Companhia das Letras, 1989), do historiador Peter Gay.

A Companhia das Letras programou um extenso calendário de atividades comemorativas para o lançamento da coleção.

 

(Fonte: Site Companhia das Letras)

Em breve: O Prefácio “quase-esquecido” de “O Céu e o Inferno”. Parte III

 

Brevemente publicarei a terceira e última parte do post que trata da obra O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.

O texto, em fase de finalização e revisão, trará uma análise da importância da obra no conjunto dos escritos kardecianos, a partir da perspectiva da apropriação e reinterpretação das fontes da tradição cristã pelo fundador do espiritismo.