Diz-se que Heráclito assim teria respondido aos estrangeiros vindos na intenção de observá-lo. Ao chegarem, viram-no aquecendo-se junto ao fogo. Ali permaneceram, de pé, (impressionados sobretudo porque) ele os encorajou a entrar, pronunciando as seguintes palavras: 'Mesmo aqui, os deuses também estão presentes'. (Aristóteles. De part. anim. , A5 645a 17ff).

segunda-feira, maio 31, 2010

“Borra de Café” ganha prêmio de melhor ficção do FENART

 

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A Mostra Audiovisual Competitiva do Festival Nacional de Arte (FENART – 2010) premiou, na categoria “Melhor Ficção”, o curta-metragem paraibano “Borra de Café”, de Aluízio Guimarães. Na ocasião, outras duas produções paraibanas e uma cearense foram premiadas nas categorias “Melhor Documentário”, “Inovação na Linguagem Cinematográfica” e “Júri Popular”.

Veja mais clicando na imagem abaixo:

 

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Quero parabenizar a Aluízio Guimarães e a toda a equipe de “Borra de Café” pelo excelente trabalho e pelo merecido reconhecimento. E que venham os próximos prêmios!

sábado, maio 29, 2010

As muitas vidas de Magali…

 

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É, eu sei… a história é meio antiga, mas vale à pena conferir na íntegra aqui. Ou clicando na imagem acima.

quarta-feira, maio 26, 2010

Aprendamos o rito

Um poema de José Saramago*

Põe na mesa a toalha adamascada,
Traz as rosas mais frescas do jardim,
Deita o vinho no copo, corta o pão,
Com a faca de prata e de marfim.

Alguém se veio sentar à tua mesa,
Alguém a quem não vês, mas que pressentes.
Cruza as mãos no regaço, não perguntes:
Nas perguntas que fazes é que mentes.

Prova depois o vinho, come o pão,
Rasga a palma da mão no caule agudo,
Leva as rosas à fronte, cobre os olhos,
Cumpriste o ritual e sabes tudo.

 

* In: Os Poemas Possíveis, Editorial Caminho, 3.ª ed., p. 81.

Ouvir Aprendamos o Rito in Carlos do Carmo ao Vivo no CCB.

(Fonte: O Caderno de Saramago)

segunda-feira, maio 24, 2010

Padres argentinos saem em defesa do casamento gay

 

Grupo de doze sacerdotes divulga texto pedindo legalização da união gay na Argentina.

imgCrop.php Padre Nicolas Alessio e seu grupo defendem união gay

 

Um grupo de padres católicos na Argentina publicou um documento defendendo o casamento gay. Na última semana, os doze sacerdotes de Córdoba que integram o Grupo Sacerdotal Enrique Angelelli contrariaram os posicionamentos oficiais da Santa Sé e deram opiniões muito mais tolerantes acerca do projeto de reforma do Código Civil argentino, que vem sendo discutido pelo parlamento do país e que inclui o reconhecimento legal de uniões entre pessoas do mesmo sexo.

No texto, que você confere na íntegra logo abaixo, os padres usam passagens bíblicas para afirmar que Jesus Cristo nunca condenou a homossexualidade.

É óbvio que a iniciativa gerou reações por parte dos setores conservadores da Igreja Católica. O bispado de Córdoba se apressou em declarar que a opinião dos doze padres "não representa de forma alguma o sentimento da Igreja Católica". Em nota, as autoridades religiosas pediram que senadores se oponham ao projeto "para o bem do país e de suas futuras gerações".

Leia o texto divulgado pelos padres defensores da união gay: aqui.

(Fonte: Mix Brasil)

sexta-feira, maio 21, 2010

Lançada campanha pela integralidade e implementação do PNDH-3

 

Entidades da sociedade civil, movimentos populares, sindicatos, redes e outras organizações historicamente comprometidas com a promoção dos direitos humanos divulgam manifesto de lançamento de uma campanha nacional que visa mobilizar a sociedade brasileira na defesa e implementação do PNDH-3. O manifesto pede a revogação do decreto presidencial que altera o Programa Nacional de Direitos Humanos.

 

Carta aberta do MNDH em defesa do PNDH-3

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) reunido em Encontro/Assembleia Nacional realizado de 22 a 25 de abril de 2010, em Osasco, SP, manifesta à sociedade brasileira seu posicionamento sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).

Leia aqui o texto integral da Carta aberta do MNDH em defesa do PNDH-3.

 

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Quem somos

Esta é uma campanha nacional formada por  organizações sociais, movimentos populares, sindicatos, redes e entidades da sociedade civil brasileira historicamente comprometidas com a promoção dos direitos humanos que decidiram se organizar para mobilizar a sociedade brasileira na defesa da integralidade e implementação do PNDH-3.

Entendemos que o PNDH-3 é resultado de um amplo processo participativo, que articula múltiplas agendas, diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas que expressam o conjunto dos direitos humanos.  E traduz os preceitos consagrados na Constituição Federal de 1988, comprometendo os agentes públicos e as instituições do Estado com a efetivação de ações para garantir esses direitos.

Ao carregar uma concepção contemporânea de direitos humanos, que se opõe aos conservadorismos e às compreensões restritas,  ainda fortemente presentes na sociedade brasileira, o PNDH-3 abre espaço para sujeitos populares e sua inclusão nos processos de luta e de reconhecimento dos direitos humanos.

Desde que foi lançado, em dezembro de 2009, no entanto, o PNDH-3 vem sofrendo duros ataques de setores conservadores de nossa sociedade – sobretudo da igreja, dos donos da mídia, de setores antidemocráticos do Exército e de latifundiários. Esses segmentos não reconhecem o processo de construção participativa que resultou no Programa Nacional de Direitos Humanos e pressionaram o governo federal por mudanças em sua redação. Infelizmente, o governo cedeu às pressões destes segmentos e recuou em algumas ações e diretrizes do PNDH-3.

Esta campanha nacional se soma então a uma série de iniciativa estaduais já em curso e tem o objetivo de mobilizar a sociedade brasileira em defesa da integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, conforme publicado no decreto 7037, de 21 de dezembro de 2009, e da implementação de suas diretrizes e ações.

Como instrumento de política pública, o PNDH-3 induz processos que deverão se traduzir em previsões orçamentárias, em indicadores de monitoramento e, acima de tudo, em dinâmicas permanentes de participação e de controle social público com ampla participação da sociedade civil.


Integram a Campanha Nacional pela integralidade e implementação do PNDH-3


ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
ABONG – Associação Brasileira de Ongs
ACAT – Brasil
AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras
Católicas pelo Direito de Decidir
CEN – Coletivo de Entidades Negras
CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Comunidade Bahá’í do Brasil
Fala Preta – Organização de Mulheres Negras
FASE – BA
FENDH – Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos
INESC
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Justiça Global
LBL – Liga Brasileira de Lésbicas
MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
MOMTRA – Movimento das Mulheres Trabalhadoras de Alcântara
Movimento Estadual de Direitos Humanos – TO
PAD – Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Européias e Parceiros Brasileiros
Plataforma Dhesca Brasil
Rede de Informação e Ação pelo Direito a se Alimentar – FIAN Brasil
Relatoria Nacional para o Direito Humano à Terra, Território e Alimentação da Plataforma Dhesca Brasil
Relatoria do Direito à Saúde Sexual e Reprodutiva da Plataforma Dhesca
Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
Terra de Direitos
Tribunal Popular

Acesse o site da Campanha aqui.

O que tem a ver Atenas com Jerusalém?

 

Uma introduçao a filosofia

Uma Introdução à filosofia da religião
livro de Alessandro Rocha
(São Paulo: Editora Vida, 2010)


O que tem a ver Atenas com Jerusalém? Essa pergunta, feita por Tertuliano no segundo século da era cristã, vem sendo repetida ao longo dos anos. Qual a relação entre filosofia e religião? É possível conjugar consciência crítica e experiência de fé? Ao entrar em contato com a filosofia, o cristão estaria exposto à descrença? Estas e outras questões norteiam Uma introdução à filosofia da religião.

Estabelecendo um paralelo entre a história da filosofia e o desenvolvimento da fé cristã, buscamos encontrar os caminhos e os descaminhos dessa relação, que fundaram a cultura ocidental. Assumindo uma postura crítica, que é uma das mais importantes tarefas da filosofia, pretendemos olhar essa história de amores e ódios entre filosofia e religião através da lente cristã.

Alessandro Rocha é pastor, escritor e conferencista. Mestre em Teologia Sistemática pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (RJ) e doutorando em Teologia Sistemática pela PUC-RJ. É também membro da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER) e da Fraternidade Teológica Latino-americana do Brasil (FTL-Brasil). E, mais importante do que tudo isso, é gente boa!

O livro pode ser adquirido no site da Editora Vida.

(Fonte: Ciências da Religião UNICAP)

quinta-feira, maio 20, 2010

Santos Gays?!

 

santosgaysA história da sexualidade humana é tão antiga quanto o homem. Todos os registros de culturas antigas mostram-nos como a humanidade tratava a questão homossexual. Em todos os casos, a homossexualidade não era apenas tolerada, mas socialmente aceitável. Mas, de repente, chegaram os inventores do castigo, da culpa castrante e do pecado, e o que em princípio era costume, tornou-se algo contra a lei de Deus, ficou rotulado como monstruoso e uma longa série de adjetivos.

Conhecer a história permite-nos saber que mesmo em uma das mais homofóbicas organizações que existem hoje em dia, a Igreja Católica, nem sempre foi assim. No passado, a Igreja cristã abençoava os casais homossexuais no que era então chamado "ritos de geminação". Na Igreja Ortodoxa do Ocidente, foram encontradas provas de que esses casamentos eram comemorados tanto pelos papas ortodoxos como por padres católicos.

No início do cristianismo, a igreja teve que aceitar essas relações, para não perder adeptos. Estas relações não eram apenas toleradas, mas também há exemplos de tais parcerias entre os santos cristãos.

São Sergio e São Baco (? - 297)

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Sergio de Resapha e Baco de Barbalissus, nobres romanos e militares no exército do imperador Cesar Maximiano, viviam em Coele, Síria, perto de Comana em Cappadocia (província romana), no início do século 4 dC.

Sergio foi comandante (primicerius) da escola de recrutas Arabissus, composta de bárbaros, chamada de Schola Gentilium (Escola dos Pagãos), e Bacchus era seu subalterno (secundarius), seu auxiliar direto.

Manuscritos gregos revelaram que foram abertamente homossexuais e que eram ‘erastai’ (amantes). Estes manuscritos estão em várias bibliotecas européias e indicam a atitude inicial do cristianismo em direção a homossexualidade, de forma diferente do que eles pregam hoje.

Seus nomes são invocados em cerimônias de união entre casais do mesmo sexo, casamento aceito e respeitado por direito divino e humano na Europa cristã na época em que viviam.

Convertidos ao cristianismo, Sergio e Baco não estavam presentes quando o imperador foi fazer um sacrifício a Zeus e Júpiter. Quando chamados por Maximiano que, para testar a sua lealdade, ordenou-lhes a participação nos ritos pagãos de sacrifício, Sergio e Baco se recusaram e assumiram sua fé cristã. A punição foi terrível.

Foram despidos e vestidos com roupas femininas e exibidos pelas ruas da aldeia. Flagelados com chicotadas, Bacco logo morreu (01/10/297), Sergio foi levado para Resapha (Síria) e suportou intensos sofrimentos, caminhando quilômetros com os sapatos forrados com pregos afiados e finalmente foi decapitado (07/10/297). Ambos foram enterrados nos arredores da cidade de Resapah.


Na Idade Média

Os dois foram suscitados em cerimônias para abençoar casais homossexuais.


Na Síria

Após a canonização, o Imperador Justiniano construiu, em honra de Sergio, igrejas em Constantinopla e Acre. A primeira foi transformada em mesquita e tem em seu interior raros exemplares da arte bizantina. Sergio foi nomeado patrono da Síria.


Em Roma

Existe uma igreja, construída no século VII, consagrada a Sergio e Baco. Os dois santos são representados pela arte cristã como soldados com roupas do exército e empunhando palmas de flores.


Na Igreja ortodoxa

No Monte Sinai, no Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, mandado construir pela Imperatriz Helena de Bizâncio, são encontrados ícones de São Sergio e São Baco representados lado a lado, segurando, juntos, uma cruz. Em 2000, o Papa João Paulo II visitou o local.

Este ícone (a palavra vem do grego eikón e significa imagem, são sinônimo de arte sacra bizantina e estão em todas as Igrejas Ortodoxas) é do sétimo século, e está agora no museu de arte oriental e ocidental, em Kiev. É interessante ver como Cristo aparece na posição tradicional dos romanos ‘Pronubus’ *, por trás de Sergio e Baco.

O fato é que São Sérgio e São Baco, mártires da Igreja, viraram ícones do movimento gay, inspirando artistas. Suas imagens servem à defesa da união civil entre pessoas do mesmo sexo, cujas cerimônias são seladas com a leitura da oração dos dois santos. Eles têm até um dia, os jovens amantes são venerados na liturgia bizantina em 7 de outubro.

(Fonte: Igrejas da Comunidade Metropolitana – ICM)

 

________________

* Pronubus, em língua portuguesa prônubo, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa significa “relativo a noivo, noiva ou a núpcias; nupcial”, e ainda, “que arranja casamento para outrem; casamenteiro” (como por exemplo, na mitologia romana, a deusa Juno).

quarta-feira, maio 19, 2010

Grupo de Estudos em História em Quadrinhos (GEHQ/UAAMI/UFCG)

 

Um texto de Ian Abé

O grupo de estudos em Histórias em Quadrinhos surgiu à cerca um ano e meio e se encontra localizado fisicamente na Unidade Acadêmica de Arte e Mídia na Universidade Federal de Campina Grande na Paraíba.

Tem como objetivos estudar tudo relacionado ao universo dos quadrinhos, concentrando especificamente em sua forma e elementos específicos com fins acadêmicos/científicos (cursos, oficinas, artigos, teorias) e práticos (realização de HQs, baseadas principalmente nos estudos realizados).

Este Blog tem a função de estender os debates gerados nas reuniões do grupo para todos interessados no meio virtual como também expor nossos trabalhos, valendo desde desenhos, a historias completas e ensaios teóricos.

Mais informações no Blog do GEHQ, de onde retirei este texto de Ian Abé.

E, no vídeo abaixo vocês podem assistir a reportagem “Estudo de Quadrinhos”, exibida no Programa Diversidade da TV Itararé, afiliada TV Cultura na Paraíba.

 

terça-feira, maio 18, 2010

23º Congresso Internacional SOTER 2010

 

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Entre os dias 12 e 15 de Julho estarei em Belo Horizonte para participar do 23º Congresso Internacional SOTER 2010.

Apresentarei uma comunicação, no GT A Bíblia e suas leituras, intitulada: O Espiritismo segundo Allan Kardec: um ‘médium’ para a tradição cristã.

O objetivo deste trabalho é mostrar como, em suas três últimas obras – O Evangelho segundo o Espiritismo (1864); O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo (1865); e, A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo (1868) –, Kardec afirma o papel da doutrina espírita como chave hermenêutica que traz à tona o verdadeiro sentido da linguagem bíblica e de suas aparentes contradições; se convertendo, assim, em um médium (ou interpres) da tradição cristã, atualizando-a para o século XIX. (Do Resumo).

Diocese Anglicana de Los Angeles tem duas novas bispas

 

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Sete anos após a sagração do Rev. Gene Robinson (foto acima) como bispo da Diocese de New Hampshire, agora foi a vez de uma reverenda homoafetiva ser sagrada bispa. A Diocese de Los Angeles no último final de semana ordenou formalmente a reverenda Mary Glasspool ao episcopado. Glasspool é a bispa de número 1045 na Igreja Episcopal dos Estados Unidos. Em 2003, quando de sua sagração, Gene Robinson utilizou um colete à prova de balas por baixo das vestes sacerdotais, pois recebeu ameaças de morte por parte de grupos fundamentalistas cristãos. Dessa vez, porém, a cerimônia foi celebrada em clima de grande alegria e contou apenas com a pequena interrupção de dois manifestantes dentre as três mil pessoas que se reuniram para orar por Mary Glasspool e Diane Bruce, as novas bispas auxiliares da Diocese de Los Angeles, que conta com 147 congregações, 44 escolas e 20 instituições, reunindo em sua área aproximadamente 70 mil episcopais.

A Liturgia contou com o apoio e participação de cerca de 30 bispos, incluindo o Revmo. Rev. Martin Barahona de El Salvador, o bispo aposentado de Uganda Christopher Senyonjo, a bispa Barbara Haris (que em 1988 se tornou a primeira bispa da Comunhão Anglicana) e do Revmo Bispo Gene Robinson, da Diocese de New Hampshire. Participaram ainda os bispos Frederick H. Borsch (aposentado), Lawrence Provenzano (Long Island), Mark Hollingsworth Jr (Ohio) e três bispos da Diocese de Maryland, onde a Reverenda Mary Glasspool trabalhou por oito anos.

Também estiveram presentes bispos da Igreja Evangélica Luterana da América, Dean Nelson (Sínodo do sudoeste da California) e Murray D. Finck (Sínodo do Pacífico), além de pastores da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, da Igreja Metodista e da Igreja Unida de Cristo.

A bispa Diane Bruce é casada com Stephen Bruce, o casal tem dois filhos adultos.

A bispa Mary Glasspool é filha de um clérigo da Igreja Episcopal e vive há duas décadas com sua parceira Becki Sanders, que também é formada em teologia e em serviço social. Elas se conheceram em Boston (Massachussets), quando Mary ainda era seminarista.

(Bispa Diane Bruce à esquerda e bispa Mary Glasspool, à direita)

A liturgia foi marcada por elementos da rica diversidade cultural de Los Angeles, e contou com a participação de um baterista coreano, de gaiteiros da Universidade da California, uma banda de louvor chinês (Paróquia St. Thomas) e uma banda mariachi, além de um coral de 125 vozes da Diocese representando 147 congregações que entoou cânticos de louvor da Nigéria, Itália e de outros países. A celebração durou, ao todo, 3 horas e foi realizada na Arena Long Beach.

A procissão começou com uma dança litúrgica conduzida por um dragão chinês e o bater de tambores. A Bispa Presidente Katharine Jefferts Schori iniciou a liturgia com a Proclamação da Páscoa: “Aleluia, Cristo ressuscitou”, seguida pela Coleta pela Pureza. No momento do Kyrie, uma voz gritou “Arrependei-vos” do pecado da homossexualidade”. Foi a única manifestação de oposição.

As duas candidatas foram apresentadas por grupos diferentes de clérigos. A Comissão Permanente Diocesana atestou que as candidatas foram devidamente eleitas pela convenção diocesana e que são pessoas experientes e plenamente qualificadas na fé e no caráter para exercer a função de bispas para a honra de Deus e a edificação da Igreja, e que suas vidas davam testemunho de exemplo salutar para o rebanho de Cristo. A eleição de ambas também foi aprovada por maioria na Câmara dos Bispos da Igreja Episcopal dos Estados Unidos e pela maioria das dioceses.

A Bispa Presidente perguntou se havia alguém poderia apresentar qualquer razão pela qual a sagração não pudesse ser realizada. Após um período de silêncio e, sem que houvesse qualquer manifestação contrária, a bispa perguntou à congregação presente se era seu desejo que Diane e Mary fossem ordenadas bispas.

“Esse é o nosso desejo”, foi a resposta.

Ela perguntou novamente se a comunidade apoiaria Diane e Maria como bispas, e toda congregação respondeu positivamente.

Seguiu-se a Liturgia da Palavra, apresentada em vários idiomas – inglês, coreano, espanhol e tagalog (dialeto filipino).

A aclamação ao Evangelho foi feita através de um canto africano acompanhado pela batida de um tambor.

Na homilia, o bispo Bruno declarou: “É importante entender que essas mulheres foram chamadas pela comunidade de Deus. Eles foram chamadas pelo povo de Deus para ocupar um lugar que outras mulheres não tiveram ainda na Diocese de Los Angeles. Elas são chamados a ser apóstolas da Igreja; elas são chamadas a exercer o ministério de Jesus neste lugar, de tal forma que o mundo seja transformado”

O bispo Bruno lembrou ainda: “Em Cristo não há judeu nem grego, nem escravo nem livre. Não há nem homem nem mulher, gay ou hetero. Na Igreja Episcopal não há excluídos”.

A Bispa Presidente lembrou às novas colegas que elas são chamadas a guardar a fé, a unidade e a disciplina da igreja, para celebrar os sacramentos, para ordenar diáconos e padres e pastores fiéis e ser exemplos salutares para o rebanho de Cristo.

As duas mulheres então silenciosamente ajoelharam-se diante da Bispa Presidente e o hino Veni Sancte Spiritus foi entoado como em latim.

No momento em que a voz da bispa presidente iniciou a oração de consagração, todos os bispos presentes circularam as duas mulheres impondo-lhes as mãos.

Para ler, em inglês, um testemunho da bispa Mary Glasspool, acesse o link:

http://bishopssuffragansearch.ladiocese.org/Candidates/glasspool.html

O testemunho da bispa Diane Bruce também pode ser lido no link:

http://bishopssuffragansearch.ladiocese.org/Candidates/bruce.html

Damos graças a Deus pelo testemunho da Diocese Episcopal de Los Angeles e pelas vidas das Bispas Diane Bruce e Mary Glasspool.

(Fonte: Capela da Inclusão)

domingo, maio 16, 2010

Uma boa notícia

 

Há algum tempo enviei um artigo, intitulado Identidade e Fronteiras do Espiritismo na obra de Allan Kardec, para ser avaliado pela Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião da PUC Minas.

 

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Acabo de ser informado pelo Professor Dr. Paulo Agostinho N. Batista, editor da Revista, que meu artigo foi aceito para publicação no volume 8 número 16, jan./mar. 2010.

Não tenho ainda a data exata para a divulgação do volume em questão. Mas, tão logo isso aconteça disponibilizarei aqui o link para acesso no site da Revista.

       Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião é uma publicação trimestral do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e tem por missão veicular trabalhos científicos que contribuam para o avanço da pesquisa, especialmente nas áreas das Ciências da Religião, Filosofia e da Teologia, a formação acadêmica crítica e integral, aberta ao diálogo, a perspectiva interdisciplinar e a pluralidade de idéias. A revista é multilíngüe e publica trabalhos em espanhol, francês, inglês, italiano e português, na forma de artigos, comunicações, resenhas e notas bibliográficas, traduções, entrevistas, estudo de casos e resumos de dissertações e teses. Os trabalhos são submetidos à apreciação da Comissão Editorial  e encaminhados a dois avaliadores ad hoc para parecer (sistema de duplo cego ou Double Blind Review). A seleção leva em consideração a originalidade, relevância e qualidade metodológica e científica. Avalia-se também sua adequação às normas da ABNT e da Editora PUC Minas.

O site pode ser visitado (com acesso livre a todas as edições) clicando sobre a imagem clicando aqui ou na imagem acima.

O fruto podre do fundamentalismo

 

A Folha Online noticiou dia 12/05 que o líder evangélico Silas Malafaia em Audiência Pública para discutir o projeto que institui o "Estatuto das Famílias", na Câmara dos Deputados, comparou a união estável entre pessoas de mesmo gênero à zoofilia e à necrofilia.

A reportagem é de Johanna Nublat, da sucursal de Brasília do jornal paulista. E pode ser lida na íntegra através do link Pastor critica união homoafetiva em discussão sobre o "Estatuto das Famílias".

As declarações do referido líder da Igreja Assembleia de Deus podem ser conferidas no vídeo abaixo.

 

 

Extremamente criticado – inclusive dentro de sua própria denominação religiosa – por suas atuais tendências teológicas (teologia da prosperidade) e pela aquisição de um jato particular avaliado em 20 milhões de reais, Silas Malafaia é a voz e o rosto do fundamentalismo evangélico-pentecostal brasileiro. Uma voz, diga-se, que se faz ouvir pelo tom exagerado e exasperado de quem crê poder convencer pela virulência com que grita e não pela validade de seus argumentos.

A infelicidade da atual declaração de Malafaia não surpreende por sua fonte, mas pela ignorância que cultiva e dissemina. E pela irresponsabilidade de quem, conscientemente ou não, incentiva a violência e o preconceito.

sábado, maio 15, 2010

Indo além do fundamentalismo

 

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Após haver publicado o texto de Paul Tillich com o título Teologia e Fundamentalismo, recebi a notícia abaixo com grande alegria e esperança. A Igreja Episcopal (Anglicana) dos Estados Unidos – mais especificamente a Diocese de Los Angeles – traz um exemplo de como a religião pode ser um espaço de saudável convivência e respeito entre os diferentes.

Aliás, a Igreja Anglicana, dentre as Igrejas Cristãs Históricas, tem se mostrado em várias partes do mundo a que melhor compreende o significado do conceito de inclusividade.

Segue abaixo o artigo traduzido integralmente por mim do inglês (desde já perdoem-me as imperfeições, meu inglês é sofrível). Clicando na imagem abaixo, bem como nos links em destaque, vocês poderão ter acesso não apenas ao artigo em sua forma original, mas também obterão maiores informações sobre o Movimento “Integrity”.

Abraço a todas e todos!

 

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Do blog Walking with Integrity [1]

 

O Movimento “Integrity” comemora hoje com a Diocese de Los Angeles (USA) e com toda a igreja as ordenações das Bispas Diane Jardine Bruce e Mary Douglas Glasspool. Este dia histórico é mais um importante passo em direção à plena inclusão de todos os batizados no trabalho e no testemunho da Igreja Episcopal (Anglicana), e o Movimento “Integrity” teve a honra de participar dele.

“Assim como celebramos hoje essas ordenações, celebramos igualmente o trabalho duro e o persistente ativismo de ‘Integrity’ nos últimos 35 anos”, afirmou David Norgard presidente do Movimento. “Hoje aqui em Long Beach estamos  não apenas colhendo os frutos do trabalho daqueles que nos precederam, mas estamos plantando as sementes para a inclusão plena em toda a Igreja”.

Estiveram também presentes neste festivo culto de ordenação os ex-presidentes de “Integrity”: Bruce Garner (Atlanta), Byham Kim (Newark) e Susan Russell (Los Angeles). “Como filha desta diocese não poderia estar mais orgulhosa de que Los Angeles tenha respondido ao convite para ser um farol à frente, e não apenas uma luz traseira, na plena inclusão”, disse Russell. “Hoje a primeira Bispa Primaz na história da Comunhão Anglicana ordenou as duas primeiras bispas na história da Diocese de Los Angeles… e o fato de uma delas ser lésbica não é um problema, mas uma oportunidade para melhor encarnar a totalidade do amor abundante e inclusivo de Deus”.

Hoje é dia de festa! E, amanhã, “Integrity” voltará a trabalhar pelo dia em que o gênero, orientação sexual, identidade e raça de um bispo da Igreja de Deus não seja mais um problema. Para ninguém. E pelo tempo em que todos os sacramentos estejam disponíveis para todos os batizados. Para todos.

Para mais informações contactar:

Louise Brooks, Diretora de Comunicação
Integrity E.U.A.
626-993-4605
lebrooks@earthlink.net

 


[1] Integrity: Movimento Anglicano que trabalha, desde 1974, para a plena inclusão de todos os batizados - principalmente lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros - em todos os sacramentos.

Teologia e Fundamentalismo

 

Um texto de Paul Tillich [1]

A teologia, como função da igreja cristã, deve servir às necessidades desta igreja. Um sistema teológico deve satisfazer duas necessidades básicas: a afirmação da verdade da mensagem cristã e a interpretação desta verdade para cada nova geração. A teologia oscila entre dois pólos: a verdade eterna de seu fundamento e a situação temporal em que essa verdade eterna deve ser recebida. Não são muitos os sistemas teológicos que souberam combinar perfeitamente essas duas exigências. A maioria deles ou sacrificam elementos da verdade ou não são capazes de falar ao momento atual. Alguns padecem de ambos os defeitos. Temerosos de perder a verdade eterna, identificam-na com algum trabalho teológico anterior, com conceitos e soluções tradicionais, e tentam impô-los a uma situação nova e diferente. Confundem a verdade eterna com uma expressão temporal desta verdade. Isso se torna evidente na ortodoxia teológica europeia, conhecida nos Estados Unidos como fundamentalismo. Quando o fundamentalismo se combina com uma tendência anti-teológica, como ocorre, por exemplo, em sua forma biblicista-evangelical, a verdade teológica de ontem é defendida como uma mensagem imutável contra a verdade teológica de hoje e de amanhã. O fundamentalismo deixa de entrar em contato com a situação presente, não porque fale desde além de qualquer situação, mas porque fala desde uma situação do passado. Eleva algo finito e transitório a uma validez infinita e eterna. Nesse sentido, o fundamentalismo possui traços demoníacos. Ele destrói a humilde honestidade da busca pela verdade, cria em seus seguidores pensativos uma crise de consciência e os torna fanáticos, porque são forçados a suprimir elementos da verdade dos quais têm consciência, mesmo que vaga.

 


[1] TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. São Leopoldo: Sinodal, 2005. p. 21. (Trad.: Getúlio Bertelli e Geraldo Korndörfer).

quarta-feira, maio 05, 2010

Sincrético é o Outro?

sincretismo (2)

Comentário ao texto de Gabriele Weiss [1]

Há algum tempo desejo publicar este comentário. A correria da vida, minha mente que transita por múltiplos lugares, e um pouco de preguiça inconfessa adiaram até agora a finalização do mesmo. Talvez, ainda, certo receio de melindrar alguns bons amigos que fiz no desenvolvimento de minha atual pesquisa, e que, embora professem um espiritismo laico e livre pensador, ainda se assustam ao ler que Kardec criou uma religião moderna e sincrética.

Para mim, o texto de Gabriele Weiss é provocador no sentido de que questiona a crença implícita toda vez que falamos de sincretismo: sincrético é sempre o Outro. Um crença problemática porque o sincretismo é algo que contraria nossa noção de pureza, contrastando-a ao híbrido, ao misturado, ao miscigenado. E tem sido uma prática comum, não apenas em certas correntes do Movimento Espírita Brasileiro, mas também nas pesquisas acadêmicas sobre espiritismo no Brasil, contrapor o modelo brasileiro ao modelo “original” francês. Assim, o primeiro seria sincrético – como toda a cultura nacional – e o segundo é um espiritismo “puro”, “ortodoxo” e, no dizer de alguns, “não religioso” porque racionalista e anti-clerical.

Um exemplo: tenho encontrado muitas defesas da “pureza doutrinária” do espiritismo em contraste com o “sincretismo afro-católico” (Deolindo Amorim); uma pureza cuja “pedra de toque” (Herculano Pires) seria a obra de Allan Kardec. Mas, me pergunto, e quando o outro olha para nós? O que vê? Quem sabe apenas “Um sincretismo religioso com extraordinárias características primitivas”… Certo, o texto de Weiss, aqui em questão, é apenas um exercício imaginativo. Mas ele nos desloca para o olhar do outro sobre nós, e demonstra claramente, por meio desse exercício de empatia: sincréticos somos todos. Pois, como afirma o antropólogo Pierre Sanchis:

Não se trata mais, pois – pelo menos diretamente – , de identificar o sincretismo com uma forma de confusão ou mistura de “naturezas” substantivas […], mas de afirmar a tendencial universalidade de um processo, polimorfo e causador em múltiplas e imprevistas dimensões, que consiste na percepção – ou na construção – coletiva de homologias de relações entre o universo próprio e o universo do Outro em contato conosco, percepção que contribui para desencadear transformações no universo próprio, sejam elas em direção ao reforço ou ao enfraquecimento dos paralelismos e/ou semelhanças. Uma forma de constante redefinição da identidade social. [2]

Se, até o momento, como afirma Sérgio Ferretti:

Em nossa sociedade, […], o sincretismo é uma categoria discutida principalmente em relação às religiões afro-brasileiras, campo em que tem sido considerado, por alguns, como mais evidente. Hoje, também, já se estuda o sincretismo no Brasil, em relação às religiões evangélicas e neopentecostais. [3]

Pois, que me perdoem meus amigos adeptos do espiritismo laico e livre pensador, bem como aqueles dentre eles que se definem como defensores da “pureza doutrinária”, mas creio ter chegado o momento em que a doutrina e o movimento espíritas, segundo Allan Kardec, devem ser pensados sob o signo do sincretismo. Mas, para tanto, será preciso redefinir o sincretismo como:

[…] um universal dos grupos humanos quando em contato com outros: a tendência a utilizar relações apreendidas no mundo do outro para ressemantizar seu próprio universo. Ou ainda, o modo pelo qual as sociedades humanas (sociedades, subsociedades, grupos sociais; culturas, subculturas) são levadas a entrar num processo de redefinição de sua própria identidade, quando confrontados com o sistema simbólico de outra sociedade, seja ela de nível classificatório homólogo ao seu ou não. [4]

Ou então, como se poderia explicar que Kardec tenha se apropriado de elementos caros à tradição cristã (notoriamente ao cristianismo católico-romano) e os re-significando à luz da nova doutrina? Como compreenderíamos que Kardec pense o espiritismo em continuidade com duas “revelações” anteriores – a Mosaica e a Cristã – e proponha que o espiritismo seja a “terceira revelação”? Ou como explicar que o mesmo Kardec, na Conclusão de sua obra magna afirme tão categoricamente que embora se encontre por toda parte – já que seria tão antigo quanto a Criação – o espiritismo se encontre “[…] principalmente na religião católica e aí com mais autoridade do que em todas as outras [religiões], pois no catolicismo se encontra o princípio de tudo quanto existe no Espiritismo […]” [5].

 


[1] Este texto, recentemente publicado aqui no “Mansões” com o título "Um sincretismo religioso com extraordinárias características primitivas", eu o li a primeira vez numa das disciplinas do doutorado em Ciência da Religião, por indicação do professor Robert Daibert Júnior. Era uma disciplina obrigatória com o sugestivo nome “Religiões do Brasil”. E confesso, foi ali, com esse professor, e com textos como esse, que adquiri uma melhor compreensão acerca do problema do sincretismo.

[2] SANCHIS, Pierre. As tramas sincréticas da história. 1995 p. 3-4.

[3] FERRETTI, Sérgio F. Notas sobre o sincretismo religioso no Brasil – modelos, limitações, possibilidades. TEMPO, Rio de Janeiro, n. 11, pp. 13-26. Jul 2001.

[4] SANCHIS, p. 3.

[5] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB: Rio de Janeiro, 2007. p. 632. (Trad.: Evandro Noleto Bezerra).

A sociedade é pedófila, diz arcebispo católico de Porto Alegre (RS)

 

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Dadeus Grings (foto), arcebispo católico-romano de Porto Alegre (RS), em entrevista coletiva dada por ocasião da abertura da 48ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou que a sociedade é pedófila e que os casos de pedofilia na Igreja Católica-Romana representam apenas 0,2% dos casos de abusos sexuais contra crianças.

O arcebispo também associou homossexualidade e pedofilia, desta vez no campo dos direitos civis. Afirmou Dadeus Grings:

Quando a sexualidade é banalizada, é claro que isso vai acontecer. O homossexualismo (sic) é um caso. Antigamente não se falava em homossexual. E era discriminado. Quando começa (a dizer) que eles têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos.

E falando sobre a origem das tendências homossexuais, reiterou o velho mote de que a homossexualidade é inata em apenas uma pequena porcentagem dos gays. Para ele a homossexualidade seria, então, um desvio de comportamento oriundo de má orientação no campo da sexualidade. E pergunta: “[…] como vamos educar nossas crianças para o uso da sexualidade que seja humano e condizente?”.

Assim, mais uma vez, uma liderança católico-romana tenta desviar a a atenção dos problemas de imoralidade e criminalidade em sua instituição, associando-os à luta de cidadãos e cidadãs de orientação homoafetiva por seus direitos civis. Comparar o exercício livre, saudável e consensual da sexualidade (em qualquer de suas tonalidades afetivas), com a violência sexual (seja contra crianças ou mulheres, no caso de estupro) é ignorância ou má fé. Ou quem sabe uma conjugação de ambas?

A notícia completa pode ser lida no site do jornal O Globo.

III Encontro do GT História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH)

 

Temática: Questões teórico-metodológicas no estudo das religiões e religiosidades

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Dando continuidade aos Encontros Nacionais do GT História das Religiões e das Religiosidades (ANPUH), vamos ter a terceira edição deste Evento, desta vez realizado em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina. Nosso encontro vem se notabilizando como um momento importante de atualização profissional, reunindo pesquisadores, docentes e discentes interessados na divulgação do seu trabalho e na participação no diálogo científico que o Evento possibilita. A temática deste Encontro abre-se à discussão da diversidade de enfoques teóricos e de experiências empíricas que, temos a certeza, muito vai contribuir para a nossa vivência acadêmica. Até o mês de outubro e sejam muito bem vindos (as) à nossa Ilha.

Mais informações aqui.

segunda-feira, maio 03, 2010

CNBB critica decisão do Superior Tribunal de Justiça por reconhecer adoção de crianças por casal lésbico.

 

casal_tn A fisioterapeuta Lídia Guteres e a psicóloga Luciana Reis Maidana, casal beneficiado pela decisão do STJ

Redação MundoMais

BRASÍLIA – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota com críticas à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reconheceu o direito de adoção e registro de nascimento de duas crianças ao casal formado pela fisioterapeuta Lídia Guteres e pela psicóloga Luciana Reis Maidana, da cidade de Bagé, no Rio Grande do Sul.

“Nem sempre o que é legal é moral e ético”, disse o assessor da Comissão para Vida e Família da CNBB Luiz Antônio Bento. Segundo Bento, a adoção por casais homossexuais fere o direito da criança de crescer numa referência familiar composta por um pai e uma mãe. No entanto, Bento não explicou se as crianças têm referências familiares nos orfanatos.

Já o diretor-executivo da Federação Espírita Brasileira (FED),Geraldo Campetti, é contrário ao pensamento da Igreja Católica. Para ele, a adoção de crianças por casais homossexuais não causam efeitos negativos. "O mais importante em termos de educação e família é o amor. Com ele, não se entra na questão da sexualidade", disse Campetti.

Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, salienta que esta crítica da CNBB é uma incitação ao preconceito. Segundo ele, casais formados por homem e mulher representam 50% da formação familiar brasileira. Ademais, as crianças são criadas por avós, tios, tias, mães e pais solteiros, entre outras configurações. “Então, tem problema?”, questiona Reis.

(Fonte: Redação MundoMais).

sábado, maio 01, 2010

23º Congresso Anual da SOTER

 

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O 23º Congresso Anual da SOTER (Sociedade de Teologia e Ciências da Religião) investigará o tema Religiões e Paz Mundial, e ocorrerá do dia 12 a 15 de julho de 2010, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), em Belo Horizonte- MG. Evento já tradicional da área, tem obtido reconhecimento nacional e internacional, e recebeu da Capes em 2008 a avaliação Qualis “A”. Prova dessa repercussão são a tradução para o espanhol de alguns Anais de nossos Congressos anteriores e a constante presença de um membro da Diretoria nacional na vice-presidência da INSeCT (“Rede Internacional de Sociedades Católicas de Teologia”, com sede jurídica na Alemanha). Visto que todo ano há um aumento de participantes, a expectativa de presença para 2010 é de 250 sócios, além de cerca de 250 pesquisadores da área, num total de 500 participantes. O Congresso do ano de 2009 retomou o tema do ano anterior (“sustentabilidade da vida e espiritualidade”) numa perspectiva mais ampla, servindo-se de pesquisadores gabaritados que nos auxiliaram a equacionar os reais desafios e prospectivas que influenciam reciprocamente os termos em questão: a experiência religiosa e sua pretensão de compreender e salvar o mundo, a lógica científica e sua contribuição às vezes aliada, às vezes adversária do pensamento religioso, e a tecnologia com sua ambivalente oferta de ajuda à humanidade e ao planeta. Para o Congresso de 2010, a Assembleia dos associados de Soter decidiu unir duas questões relevantes em um só tema: a) o imprescindível diálogo entre todas as religiões, superando de vez resquícios de uma visão colonialista e eurocentrada; e b) a difícil, mas necessária bandeira da paz mundial, que, como dizia Paulo VI, precisa ser precedida pela justiça e o direito se não quiser ser o cínico silenciamentro dos mais pobres.

A Diretoria e a Comissão Organizadora preparou uma série de conferências e Grupos Temáticos de partilha de saber e discussão de perspectivas que irá aliar a sabedoria milenar das tradições espirituais da humanidade ao que temos de mais avançado no campo da política e da tecnologia em vista da Paz comum no planeta.

Maiores informações aqui.