Entre os dias 12 e 15 de julho de 2010 reuniu-se na Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), em Belo Horizonte, o 23º Congresso Internacional da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER). Na ocasião celebrou-se os 25 anos da entidade que reúne teólogos (as) e cientistas da religião atuantes em Universidades, Igrejas e Escolas Confessionais do Brasil. Os 370 congressistas discutimos, durante os três dias do evento, o tema “Religiões e Paz Mundial”.
Antônio Carlos Ribeiro, da Ciberteologia: Revista de Teologia e Cultura, fez a cobertura parcial do Congresso numa série de artigos. No primeiro deles, intitulado Teólogos e cientistas analisam religiões e paz mundial, descreve a sessão de abertura com o pronunciamento dos ex-presidentes da SOTER. Em Reconciliação para superar a violência, analisa a conferência da comunicóloga Magali do Nascimento Cunha, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), que falou sobre “Religião e violência: conflitos e contribuições à paz, refletindo sobre o conflito religioso e a violência”. A seguir, em Cristianismo: religião de referência ou uma entre as demais?, o autor descreve a mesa de debates “Teologia Pluralista e Teologia da Revelação”, que reuniu os teólogos Andrés Torres Queiruga, da Universidade Santiago de Compostela, na Galícia, Espanha; o teólogo Faustino Teixeira, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, da Universidade Federal de Juiz de Fora; e o teólogo José Maria Vigil, da Associação de Teólogos e Teólogas do Terceiro Mundo (ASETT), de El Salvador. Por fim, no artigo Teólogo galego aborda modernidade e diálogo das religiões, relata a conferência de encerramento do Congresso proferida pelo teólogo galego Andrés Torres Queiruga, com o tema “Diálogo das Religiões e Desafio para a Renovação Teológica”.
Contudo, houve ainda outros momentos marcantes como a vídeo-conferência “Não terás outros deuses além de mim” (é o monoteísmo uma fonte de violência), da teóloga Maria Clara Luchetti Bingemer. E a participação do professor e babalorixá Erisvaldo Santos que, a partir do contexto das religiões de matriz afro-brasileira, questionou a legitimidade de um Congresso convocado por religiões de matriz judaico-cristã (com seu histórico de dominação hegemônica calcada em violência) falar sobre religiões e paz mundial.
Minha participação foi modesta, como a da maioria dos 370 congressistas. Como havia anunciado aqui, apresentei a comunicação “O Espiritismo segundo Allan Kardec: um médium para a tradição cristã”, no GT – A Bíblia e suas leituras. Em meu trabalho tentei apresentar um Kardec leitor e intérprete da Bíblia e da tradição cristã que, no afã de legitimar o espiritismo (doutrina e movimento) e configurar sua identidade, o apresenta como um espaço de mediação desta tradição para o século XIX. Em breve o texto das comunicações apresentadas durante o Congresso estará disponível no formato de e-book, no site da Revista Ciberteologia. Assim que isso acontecer, anunciarei aqui o link para o meu trabalho.
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